Em um cenário econômico marcado por constantes oscilações, compreender o efeito da inflação sobre o seu dinheiro deixa de ser opção e torna-se necessidade. Sem esse entendimento, até mesmo quem investe com cautela corre o risco de ver erosão do poder de compra e perdas reais em seu patrimônio.
Neste artigo, vamos explorar o conceito de inflação, apresentar projeções para 2025, comparar rendimento nominal e rendimento real, e oferecer estratégias para proteger seus recursos de forma prática e eficiente.
Inflação é o aumento generalizado de preços de bens e serviços, que reduz a quantidade de bens que se pode comprar com a mesma quantia de dinheiro. No Brasil, o indicador oficial mais utilizado é o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).
Quando a inflação supera o aumento salarial ou a rentabilidade dos investimentos, ocorre rendimento real ajustado pela inflação negativo: você ganha, por exemplo, 7% ao ano, mas, diante de 5,24% de inflação projetada, seu ganho efetivo cai para cerca de 1,7%, antes de impostos.
Para 2025, o mercado estima que o IPCA atinja entre 5,24% e 5,46%, superando o teto da meta oficial de 4,5%. O Conselho Monetário Nacional (CMN) definiu meta de 3%, com intervalo de tolerância entre 1,5% e 4,5%.
O descumprimento dessa meta em 2025 repetirá o cenário de 2024, o que reforça a importância de planejar com antecedência a proteção de seu rendimento real.
O rendimento nominal é o percentual bruto obtido em uma aplicação ou ajuste salarial. Já o rendimento real considera a variação de preços no mesmo período, ou seja, desconta a inflação.
A fórmula aproximada é simples:
Rendimento Real ≈ Rendimento Nominal – Inflação
Entender essa diferença faz toda a diferença no longo prazo, pois investimentos que aparentam ser atraentes nominalmente podem, na prática, não superar o avanço dos preços.
* Valores aproximados considerando alíquota média de IR de 15%.
Imagine duas pessoas: Ana investe em um título prefixado que rende 7% ao ano; Bruno coloca o mesmo valor em um CDB atrelado a 100% do CDI, que paga hoje cerca de 13% ao ano, mas com IR de 20% para prazos curtos. Considerando inflação de 5,24%:
Embora ambos pareçam ganhar acima da inflação, apenas Bruno supera confortavelmente o IPCA. Ana, no limite, não tem margem de segurança para a volatilidade de preços.
Para evitar perdas de poder de compra, é fundamental adotar estratégias de diversificação e buscar ativos que ofereçam correção pela inflação.
Evite manter toda a reserva em produtos tradicionais, como poupança ou CDBs com taxas inferiores ao IPCA, pois isso pode resultar em perda de poder de compra ao longo do tempo.
A inflação não atinge todos os produtos igualmente. Alimentos, por exemplo, sofreram altas expressivas em itens como arroz e carne bovina, embora tenham apresentado recente desaceleração.
Outros setores, como energia elétrica e transporte público, também impactam diretamente o orçamento familiar. Manter um controle de gastos e monitorar variações setoriais de preços ajuda a identificar onde cortar ou realocar despesas.
Baixo grau de alfabetização financeira dificulta a escolha de produtos que preservem o rendimento real. Pessoas idosas, com baixa renda ou escolaridade, são as mais vulneráveis a decisões que resultam em perdas consideráveis.
Investir em conhecimento e contar com o apoio de profissionais qualificados pode ser decisivo para manter a saúde financeira:
Ao adotar uma postura proativa, ajustando investimentos e orçamento, você aumenta as chances de proteger seu patrimônio, mesmo em períodos de inflação elevada.
Em resumo, considerar o impacto da inflação no seu rendimento real é fundamental para preservar o valor do seu dinheiro e garantir tranquilidade financeira no futuro. Analise suas aplicações, revise suas metas e mantenha-se informado sobre as projeções econômicas para tomar decisões mais seguras e lucrativas.
Referências