Realizar saques com o cartão de crédito é uma prática que parece simples e imediata, mas esconde custos elevados que podem comprometer seriamente sua saúde financeira. Antes de considerar essa opção, é fundamental entender todos os encargos envolvidos e suas consequências a curto e longo prazo.
O saque com cartão de crédito funciona como um empréstimo instantâneo. Você utiliza parte do limite concedido pelo banco para retirar dinheiro em espécie, e esse valor é adicionado à próxima fatura.
Desde o dia da operação, começam a incidir juros e tarifas, muitas vezes superiores aos praticados em outras linhas de crédito. Apesar de prático, esse recurso pode se tornar uma armadilha de endividamento.
Ao solicitar um saque, você passa a contratar crédito rotativo, que no Brasil alcançou juros do crédito rotativo do cartão acima de 449,9% ao ano em maio de 2025. Até fevereiro, esse índice chegou a 450,6% ao ano, o mais alto do mercado.
Além disso, cada operação está sujeita a tarifa fixa por operação, variando de R$ 5 a R$ 20, e ainda sofre incidência de IOF, que em 2025 está em 3,38% sobre o valor retirado.
Para compreender a dimensão do problema, confira os principais encargos que tornam essa modalidade extremamente onerosa:
Esses encargos começam a incidir no mesmo dia do saque, e o saldo é lançado na fatura seguinte, acumulando juros até a quitação total.
Quando o valor sacado não é pago integralmente até o vencimento da fatura, entra no crédito rotativo. Nesse caso, a dívida pode valor do saque entra direto na linha de juros mais alta do cartão, dobrando em poucos meses.
Comparado ao cheque especial, com 134,7% ao ano, o saque no cartão é quase três vezes mais caro. A diferença se reflete em parcelas mensais muito superiores e em um prazo de quitação que se estende de maneira descontrolada.
Visando conter o avanço do endividamento, o Conselho Monetário Nacional estabeleceu, em janeiro de 2024, a limitação dos juros rotativos ao dobro do valor original da dívida em novas operações.
Além disso, os bancos devem oferecer alternativas de parcelamento ou quitação em até 30 dias após a entrada no rotativo. Essas medidas são importantes, mas não eliminam o alto custo histórico desse tipo de crédito.
Em situações de aperto financeiro, avalie outras fontes de liquidez antes de recorrer ao saque do cartão:
Cada alternativa deve ser avaliada de acordo com prazos, valores e condições de pagamento, para evitar surpresas desagradáveis no futuro.
Para não cair na armadilha dos juros altos e manter o controle das finanças, adote práticas simples e eficazes:
Os saques com cartão de crédito podem comprometer seu orçamento de forma severa, devido às altas taxas de juros, tarifas e IOF. Sempre que possível, utilize outras linhas de crédito menos onerosas e invista em planejamento financeiro.
Ao compreender os encargos e adotar boas práticas de controle, você evita o efeito bola de neve do endividamento e garante maior tranquilidade para realizar projetos e emergências de maneira saudável.
Referências