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Evite fazer saques com o cartão de crédito

Evite fazer saques com o cartão de crédito

13/08/2025 - 20:02
Yago Dias
Evite fazer saques com o cartão de crédito

Realizar saques com o cartão de crédito é uma prática que parece simples e imediata, mas esconde custos elevados que podem comprometer seriamente sua saúde financeira. Antes de considerar essa opção, é fundamental entender todos os encargos envolvidos e suas consequências a curto e longo prazo.

O que é o saque com cartão de crédito

O saque com cartão de crédito funciona como um empréstimo instantâneo. Você utiliza parte do limite concedido pelo banco para retirar dinheiro em espécie, e esse valor é adicionado à próxima fatura.

Desde o dia da operação, começam a incidir juros e tarifas, muitas vezes superiores aos praticados em outras linhas de crédito. Apesar de prático, esse recurso pode se tornar uma armadilha de endividamento.

Por que o saque com cartão de crédito é tão caro

Ao solicitar um saque, você passa a contratar crédito rotativo, que no Brasil alcançou juros do crédito rotativo do cartão acima de 449,9% ao ano em maio de 2025. Até fevereiro, esse índice chegou a 450,6% ao ano, o mais alto do mercado.

Além disso, cada operação está sujeita a tarifa fixa por operação, variando de R$ 5 a R$ 20, e ainda sofre incidência de IOF, que em 2025 está em 3,38% sobre o valor retirado.

Encargos envolvidos no saque com cartão de crédito

Para compreender a dimensão do problema, confira os principais encargos que tornam essa modalidade extremamente onerosa:

  • Tarifa fixa por saque: R$ 5 a R$ 20 por operação;
  • Juros diários acumulados, que podem chegar a 15% ao mês;
  • IOF de 3,38% sobre cada saque nacional;
  • Juros rotativos limitados a 100% sobre o valor original da dívida em operações novas, mas ainda muito elevados.

Esses encargos começam a incidir no mesmo dia do saque, e o saldo é lançado na fatura seguinte, acumulando juros até a quitação total.

Como o saque pode levar ao endividamento

Quando o valor sacado não é pago integralmente até o vencimento da fatura, entra no crédito rotativo. Nesse caso, a dívida pode valor do saque entra direto na linha de juros mais alta do cartão, dobrando em poucos meses.

Comparado ao cheque especial, com 134,7% ao ano, o saque no cartão é quase três vezes mais caro. A diferença se reflete em parcelas mensais muito superiores e em um prazo de quitação que se estende de maneira descontrolada.

Regras recentes de proteção ao consumidor

Visando conter o avanço do endividamento, o Conselho Monetário Nacional estabeleceu, em janeiro de 2024, a limitação dos juros rotativos ao dobro do valor original da dívida em novas operações.

Além disso, os bancos devem oferecer alternativas de parcelamento ou quitação em até 30 dias após a entrada no rotativo. Essas medidas são importantes, mas não eliminam o alto custo histórico desse tipo de crédito.

Alternativas ao saque com cartão de crédito

Em situações de aperto financeiro, avalie outras fontes de liquidez antes de recorrer ao saque do cartão:

  • Empréstimos pessoais com taxas menores e prazos definidos;
  • Cheque especial, apesar de ainda caro, com juros inferiores ao saque no cartão;
  • Crédito consignado ou linhas específicas para quem tem vínculo empregatício ou benefício previdenciário.

Cada alternativa deve ser avaliada de acordo com prazos, valores e condições de pagamento, para evitar surpresas desagradáveis no futuro.

Orientações de educação financeira

Para não cair na armadilha dos juros altos e manter o controle das finanças, adote práticas simples e eficazes:

  • Evite pagar apenas o valor mínimo da fatura e quite o total sempre que possível;
  • Planeje seus gastos mensais e acompanhe gestão consciente do orçamento pessoal;
  • Crie uma reserva de emergência para situações imprevistas, evitando emergências financeiras sem planejamento;
  • Pesquise e compare alternativas de crédito mais econômicas antes de contratar empréstimos.

Conclusão

Os saques com cartão de crédito podem comprometer seu orçamento de forma severa, devido às altas taxas de juros, tarifas e IOF. Sempre que possível, utilize outras linhas de crédito menos onerosas e invista em planejamento financeiro.

Ao compreender os encargos e adotar boas práticas de controle, você evita o efeito bola de neve do endividamento e garante maior tranquilidade para realizar projetos e emergências de maneira saudável.

Yago Dias

Sobre o Autor: Yago Dias

Yago Dias, 29 anos, é redator no fludit.com, especializado em como a educação financeira pode transformar a vida das pessoas.