Em um cenário econômico cada vez mais desafiador, contratar um empréstimo pode parecer a solução imediata para equilibrar as contas. No entanto, é essencial entender que nem todo crédito é neutro: muitas instituições financeiras escondem custos que pesam no bolso e colocam o consumidor em desvantagem.
Conhecer suas opções e direitos é o primeiro passo para evitar surpresas desagradáveis. Neste artigo, você encontrará informações detalhadas sobre as práticas abusivas mais comuns, dicas práticas para comparar ofertas e orientações para proteger sua renda.
O mercado de empréstimos para pessoas físicas no Brasil registrou taxas médias de juros de 35,8% ao ano em maio de 2025, acumulando alta de 3,2 pontos percentuais em doze meses. Esses números refletem a pressão exercida pelo spread bancário elevado e pelo crescimento do crédito rotativo.
Dados do Banco Central apontam que cerca de 21% dos brasileiros recorrem a empréstimos para quitar dívidas, enquanto 20% utilizam o crédito para despesas domésticas e 17% para gastos emergenciais. O volume de empréstimo consignado alcançou R$ 2,8 bilhões nos primeiros meses de 2025, mas mesmo essa linha, considerada mais segura, pode conter cláusulas desfavoráveis.
Apesar da regulamentação pelo Código de Defesa do Consumidor, diversas instituições financeiras adotam práticas que podem ser consideradas abusivas:
Essas cláusulas fazem com que o valor efetivo pago pelo consumidor seja significativamente maior do que aquele apresentado inicialmente, transformando soluções de curto prazo em dívidas de longo prazo.
Ler o contrato é uma etapa indispensável. Preste atenção especial aos seguintes pontos:
Se algum desses itens estiver obscuro ou for omitido, questione o gerente ou representante da instituição e exija a correção imediata. Caso não haja resposta satisfatória, procure orientação de órgãos de defesa do consumidor.
O Código de Defesa do Consumidor estabelece que qualquer cláusula que coloque o consumidor em desvantagem excessiva é considerada nula. Além disso, a Resolução nº 4.558 do Banco Central determina a divulgação do CET de forma padronizada.
A legislação também assegura ao consumidor o direito de:
Seguir orientações objetivas pode ajudar a fechar um contrato mais justo:
Este planejamento reduz drasticamente as chances de ser surpreendido por encargos inesperados e facilita o controle das finanças pessoais.
Ao identificar irregularidades ou cláusulas abusivas, o consumidor deve agir prontamente:
Essas iniciativas não apenas resolvem casos individuais, mas também pressionam o mercado a adotar práticas mais transparentes e justas.
Em um país onde o crédito é cada vez mais utilizado, conhecer seus direitos e agir com prudência é a melhor forma de manter a saúde financeira em dia. Não se deixe levar por promessas de dinheiro fácil: exija clareza, compare propostas e denuncie abusos.
Proteja seus recursos e faça escolhas conscientes. Assim, você transforma o empréstimo em um instrumento de apoio e não em uma armadilha para o futuro.
Referências