O endividamento das famílias brasileiras atingiu níveis alarmantes em 2025, colocando milhões em situação de vulnerabilidade financeira e emocional. É nesse contexto que contar com orientação especializada pode ser a diferença entre o ciclo do endividamento crônico e a retomada do controle sobre a própria vida.

O cenário atual e seus números

Dados recentes da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) da CNC revelam que 77,6% das famílias brasileiras possuem algum tipo de dívida. Dessas, 29,1% estão em atraso e 12,4% reconhecem não ter condições de pagar.

Além disso, o comprometimento médio da renda com dívidas alcançou 30%, enquanto 20,8% das famílias destinam mais da metade dos rendimentos ao pagamento de empréstimos e cartão de crédito.

Causas que impulsionam a dívida

O endividamento elevado não ocorre por acaso. Está relacionado a fatores estruturais e conjunturais que afetam diretamente o orçamento familiar:

• Inflação persistente acima de 5,5% nos últimos doze meses, onerando gastos básicos.
• Juros altíssimos no cartão rotativo (acima de 134% ao ano) e cheque especial.
• Facilidade de acesso ao crédito por fintechs, nem sempre acompanhada de análise de risco adequada.
• Crescimento econômico abaixo do esperado, impactando renda e emprego.

Essas origens se combinam para gerar o aprofundamento da inadimplência e o aumento do estresse financeiro.

Quem está mais vulnerável?

Os dados de idade e renda mostram perfis de maior fragilidade:

• Pessoas de 41 a 60 anos: 35,1% dos inadimplentes.
• Adultos entre 26 e 40 anos, enfrentando dívidas de cartão e empréstimos pessoais.
• Famílias de baixa renda, com menos de 3 salários mínimos mensais, pressionadas pelas contas básicas.

Além do impacto econômico, o peso emocional de não conseguir pagar as contas gera ansiedade, insônia e prejuízos na saúde mental.

Sinais de alerta para buscar ajuda

Reconhecer quando a situação foge do controle é o primeiro passo para a mudança. Observe se:

• Você dedica mais de 30% da renda mensal ao pagamento de dívidas.
• Há mais de 90 dias de atraso em alguma fatura ou parcela.
• Não consegue pagar o valor mínimo do cartão ou empréstimos.
• Você depende constantemente de crédito rotativo ou cheque especial.
• O estresse e a ansiedade em relação às finanças se tornam frequentes.

Como a ajuda profissional faz a diferença

Procurar apoio especializado não é motivo de vergonha, mas um ato de coragem. Veja alguns benefícios:

• Planejamento financeiro individualizado, com metas realistas e acompanhamento contínuo.
• Intermediação de negociações com credores, buscando juros menores e prazos estendidos.
• Elaboração de um orçamento doméstico adequado à realidade, evitando gastos desnecessários.
• Educação financeira para desenvolver disciplina e evitar recaídas.

Profissionais como consultores financeiros, contadores e psicólogos financeiros podem atuar de forma complementar para cuidar das finanças e do bem-estar emocional.

Onde encontrar apoio especializado

Existem instituições e serviços que oferecem suporte gratuito ou a baixo custo:

• Procons estaduais e municipais para mediação de dívidas.
• Serasa Limpa Nome e Desenrola Brasil para renegociação.
• Consultorias financeiras e associações de educação financeira.
• Psicólogos especializados em finanças, para tratar o impacto emocional.

Cada opção pode ser combinada para atender às necessidades específicas de cada família ou pessoa.

Estratégias práticas para retomar o controle

Além de buscar ajuda, é fundamental adotar hábitos que fortaleçam sua saúde financeira:

• Mapear todas as dívidas e organizar prazos e juros.
• Priorizar o pagamento de débitos com juros mais altos.
• Negociar descontos à vista ou parcelamentos sem juros.
• Criar uma reserva de emergência, mesmo que pequena.
• Revisar mensalmente o orçamento para ajustes contínuos.

Essas ações se tornam mais eficazes com o suporte de um profissional que mantenha você no caminho certo.

Transformando dificuldades em aprendizado

Encarar o endividamento como um momento de aprendizado pode ser libertador. Ao adotar novas rotinas e buscar conhecimento, você constrói:

• Disciplina financeira para realizar sonhos sem recorrer ao crédito fácil.
• Autonomia para lidar com imprevistos sem comprometer o orçamento.
• Habilidade de negociar e planejar a longo prazo.
• Resiliência emocional diante de desafios.

Com o apoio certo, é possível deixar para trás o ciclo de dívidas e caminhar rumo a uma vida plena, sem o peso constante da inadimplência.

Não espere que a situação se agrave. Procure ajuda profissional, recupere a confiança em suas finanças e retome o controle do seu futuro.