Ao buscar um empréstimo ou financiamento, muitas pessoas focam apenas na taxa de juros mensal anunciada. No entanto, esse comportamento pode levar a surpresas desagradáveis ao longo do contrato.

É fundamental entender que o custo de uma operação de crédito vai além daquele percentual mensal destacado em comerciais e anúncios. Para proteger seu orçamento, você precisa conhecer o Custo Efetivo Total.

O que é o CET?

O CET, sigla para Custo efetivo total anual, representa todos os custos envolvidos em uma operação de crédito. Essa métrica foi criada para evitar distorções e permitir comparações transparentes entre instituições.

É obrigatório que bancos e financeiras informem o CET em todas as simulações e contratos, mas nem sempre o consumidor dá a devida atenção. Muitas vezes, ele é apresentado em notas de rodapé ou em fonte reduzida.

Por que a taxa mensal não basta?

Ao se concentrar apenas na taxa de juros isolada, você ignora outros encargos que podem dobrar o valor total da dívida. Alguns gastos só aparecem depois, como tarifas e seguros obrigatórios.

Imagine duas propostas: ambas exibem 1,5% ao mês. A instituição A não cobra tarifas adicionais, enquanto a instituição B inclui seguro e taxa de abertura. No fim das contas, a segunda pode custar muito mais.

Componentes do CET

Para compreender o valor real que você pagará, identifique todos os elementos que integram o CET:

• Juros remuneratórios (taxa clássica informada)
• IOF (Imposto sobre Operações Financeiras)
• Seguros obrigatórios atrelados ao crédito
• Tarifas administrativas e de cadastro
• Custos de contratação, manutenção e multas por atraso
• Outros encargos diversos especificados em contrato

Cada um desses itens pode parecer pequeno isoladamente, mas somados ao longo de meses ou anos impactam significativamente o valor final.

Comparação entre propostas

Veja no exemplo a seguir como tarifas e seguros alteram o custo real:

Embora as taxas mensais sejam idênticas, o CET difere em mais de 7 pontos percentuais. Isso significa gastos extras que podem comprometer seu planejamento.

Como comparar propostas de crédito

Antes de assinar qualquer contrato, siga estas recomendações:

• Peça sempre o CET da operação e analise-o com calma.
• Compare diferentes bancos, considerando o comparar diferentes produtos financeiros de maneira objetiva.
• Verifique a duração total do contrato e o valor final a ser pago.
• Questione a inclusão de pacotes de serviços agregados e seguros desnecessários.
• Leia todas as cláusulas com atenção, buscando informações claras e precisas.

Ferramentas e recursos para calcular o CET

Hoje em dia, você não precisa realizar cálculos complicados no papel. Existem diversos canais que facilitam a comparação:

• Simuladores oficiais do Banco Central
• Aplicativos de órgãos de defesa do consumidor
• simuladores online gratuitos oferecidos por fintechs

Essas plataformas exibem o CET ao final da simulação, permitindo visualizar o custo total de forma imediata. Utilize-as sempre que possível.

A importância da transparência

O Banco Central exige que o CET seja apresentado em destaque nos contratos. Essa regra foi criada para promover educação financeira e consumo consciente.

Consumidores bem informados conseguem selecionar opções mais vantajosas, negociar condições melhores e evitar dívidas impagáveis. Transparência gera confiança e segurança nas operações.

Conclusão

Analise o CET antes de fechar qualquer empréstimo ou financiamento. Mais do que uma obrigação legal, é a sua proteção contra custos ocultos que podem desequilibrar seu orçamento.

Ao verificar o Custo Efetivo Total, você assume dívidas compatíveis com seu planejamento e evita surpresas desagradáveis ao longo do contrato. Lembre-se: a taxa mensal dificilmente conta toda a história do custo real.

Adote o hábito de comparar propostas usando o CET e transforme suas decisões financeiras em escolhas seguras e conscientes.