Realizar compras em sites estrangeiros ou durante viagens traz acesso a produtos exclusivos e preços competitivos. No entanto, taxas e impostos específicos podem elevar significativamente o valor final pago pelo consumidor.
Antes de finalizar qualquer transação internacional, é fundamental verificar se há taxas de conversão adicionais, como IOF, ICMS ou tarifas bancárias. Conhecer essas cobranças evita surpresas e garante maior controle sobre o orçamento.
O IOF é o principal tributo federal aplicado às operações cambiais. Desde 2025, todas as compras com cartões internacionais — seja crédito, débito ou pré-pago — contam com uma alíquota unificada de 3,5%.
Anteriormente, o percentual variava de acordo com o tipo de operação, chegando a 6,38% em algumas modalidades. A simplificação trouxe dois impactos principais:
A compra de moeda em espécie segue a mesma regra, com IOF de 3,5%. Por outro lado, ficam isentas do tributo considerável:
Para ilustrar o impacto, uma compra de US$ 100 resulta em R$ 3,50 de IOF, além do valor convertido pelo câmbio e eventual tarifa da operadora.
O ICMS é um tributo estadual que incide sobre encomendas internacionais enviadas ao Brasil. Desde abril de 2025, as alíquotas passaram de 17% para 20%, em decisão do Comitê Nacional de Secretários de Fazenda (Comsefaz).
O objetivo principal dessa elevação é proteger o setor produtivo nacional ao equilibrar a competitividade com produtos importados. No entanto, esse aumento reflete diretamente no bolso do consumidor.
Plataformas populares como AliExpress e Shein terão produtos com preço final até 3% maior devido ao novo ICMS. Isso reforça a necessidade de planejamento antes de concluir a compra.
Além de IOF e ICMS, os bancos e operadoras de cartão costumam aplicar taxas de conversão de moeda. Esses valores variam entre instituições e podem incluir:
Somadas ao IOF, essas tarifas elevam ainda mais o custo da compra internacional. Por isso, é imprescindível consultar previamente o contrato do cartão ou a tabela de tarifas do banco.
Verificar antecipadamente a incidência de IOF e ICMS evita surpresas no custo final e facilita o planejamento financeiro. Algumas dicas para consumidores:
Em compras de maior valor, vale simular o custo total considerando câmbio, IOF e possíveis tarifas bancárias. Essa prática ajuda na escolha da melhor forma de pagamento.
Empresas, inclusive as enquadradas no Simples Nacional, devem ficar atentas às mudanças nas alíquotas de IOF em operações de crédito e transferências internacionais.
Desde 2025, aportes em produtos financeiros como VGBL também passaram a sofrer incidência de IOF quando ultrapassam certos limites. Para o empresário, planejamento tributário e precificação correta são essenciais para manter a rentabilidade e competitividade.
Confira como as taxas incidem em operações reais:
Nesse exemplo, uma compra de US$ 100 resulta em R$ 500,00 de câmbio, somados a R$ 17,50 de IOF e R$ 5,50 de tarifa bancária, totalizando R$ 522,50.
Considerando ICMS de 20% em uma encomenda de US$ 50 (R$ 250,00), o tributo adiciona R$ 50,00 ao custo, subindo para R$ 300,00.
Verificar a existência de taxas de conversão em compras internacionais é fundamental para evitar custos inesperados e manter o controle financeiro.
Acompanhar mudanças na legislação, comparar tarifas bancárias e simular operações antes da compra são práticas que garantem mais segurança e economia.
Referências